quinta-feira, 24 de maio de 2007

Jovens e o corpo

Uma pesquisa revelou que, em São Paulo, a maioria das adolescentes não está satisfeita com a própria imagem. O pior é que, em busca do corpo perfeito, elas comprometem a qualidade da alimentação, pondo em risco a saúde. A pesquisa durou um ano entre entrevistas e acompanhamento de 45 jovens.
Elas não estão satisfeitas com o corpo que têm e nessa cruzada em busca de um modelo ideal de beleza comem mal ou então não comem. “Dificilmente eu paro e sento para comer uma refeição mesmo”, diz uma jovem.
A pesquisa do Ambulatório do Hospital das Clínicas concluiu que 67% das adolescentes não aceitam o próprio corpo e 37% disse sentir vergonha da sua aparência e apresentaram baixa auto-estima.
“Ela tem vergonha de sair de casa, não convive com os amigos e com as amigas, necessita de uma aprovação. Então ela namora, muitas vezes, com um namorado que ela não gosta e aceita migalhas de carinho”, diz Albertina Takiuti, coordenadora saúde do adolescente.
Elas pulam a hora de comer: 75% das adolescentes ouvidas assumem que fazem uma ou no máximo duas refeições por dia.
Segundo a pesquisa, as meninas sabem dos perigos desse tipo de comportamento, mas o apelo que vem fora é muito forte. Elas sabem que atravessar o sinal vermelho é perigoso, mas vão enfrente em nome de um ideal de beleza. O pacote inclui 52 quilos, barriga tanquinho e seis fartos.
Os especialistas alertam para os perigos desse tipo de comportamento e chamam a atenção da presença da família no processo de recuperação. Os pais devem ficar preocupados toda vez que a adolescente tem isolamento. Então é importante que os pais façam uma vigilância, uma supervisão de o que as adolescentes estão comendo e de como elas estão comendo”, aconselha Albertina

domingo, 20 de maio de 2007

A juventude e a religião

De acordo com a lei de diretrizes e bases da educação, as escolas públicas são obrigadas a oferecer aula de religião, mas o aluno assiste se quiser. Já no ensino médio a disciplina não é obrigatória por lei. Uma pesquisa realizada pelo RJTV com jovens entre 20 e 24 anos revelou que 80% acham a fé importante. “Você trabalhar a questão do valor humano é muito fundamental. Ética, cidadania. É a proposta de Jesus Cristo”, comenta o professor Miguel de Araújo sobre a importância da disciplina.
Segundo Regina Novaes, do Instituto de Estudos da Religião, hoje não há muitos jovens sem religião. Eles procuram uma que lhe agrade e que seja de sua escolha. Não é como no passado que a fé era algo influenciado pela família, mesmo que involuntariamente. “Essa juventude de hoje é uma juventude que se indaga sobre religião”, explica a estudiosa. “Ser igual é ir com a maré, é usar drogas, fazer o que dá na cabeça, é ir pra violência, é dizer não á educação, quando na verdade o projeto de Jesus diz o seguinte: você quer ser radical, diferente, faça o seguinte, faça o bem, seja bom e fiel”, acredita o jovem estudante Anderson Ignácio.
Os alunos de uma escola particular em Cuiabá adoram as aulas de religião e principalmente os temas abordados. “A aula de religião também serve para a gente aprender a respeitar as outras religiões”, diz a estudante Paula Fernanda Ruhling. Uma outra escola em Brasília, trata em suas aulas de religião temas do cotidiano dos alunos como comportamento e preservação da natureza. As aulas são uma das mais esperadas da semana.

AIDS X JUVENTUDE

O vírus da Aids já contaminou 40 milhões de pessoas no mundo, principalmente na África. O número de jovens infectados cresce a cada dia. Especialistas concluíram que a cada minuto quatro jovens contraem o vírus. A faixa de novos casos está na população entre 15 e 24 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 56% dos jovens não usam preservativos nas relações sexuais, aumentando assim as chances de contrair a doença. O uso do preservativo é defendido por estudiosos como o melhor método de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis.
O uso abusivo de bebidas alcoólicas é cada faz mais freqüente entre a juventude e é apontado como um dos principais motivos que induzem a juventude a deixar de lado o uso da camisinha. Segundo o IBGE, 44% dos jovens utilizam o álcool antes do sexo. Durante quatro anos uma pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de São Paulo com 1.056 pacientes. Ela mostra que 70% dos homens que não usaram camisinha fizeram uso de álcool, quase 38% dos infectados relatam nunca ter usado drogas injetáveis e nem recebido transfusão de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, 15% dos casos de Aids ocorrem em jovens até 24 anos, sendo que 64% da transmissão do vírus HIV ocorre por contato sexual.

Clique na foto para visualizar melhor a tabela acerca da AIDS no Brasil

O oncologista Dráuzio Varella defende o uso da camisinha como principal forma de evitar a Aids e critica as posições conservadoras da Igreja Católica contra o uso de preservativos. Para o médico, o aspecto mais delicado da questão é deixar que a opinião de um grupo de religiosos influencie as políticas de saúde pública: “Levar a sério a opinião dos religiosos a respeito da melhor estratégia para combater a Aids é tão ridículo quanto contratar epidemiologistas para rezar a missa e ouvir confissão”, ironiza.

Acidente de trânsito mata 1000 jovens por dia no mundo

Quatro dos cincos jovens que morreram num acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas estavam alcoolizados

Em todo o mundo, uma das principais causas de mortes entre jovens com menos de 25 anos são os acidentes de trânsito: mais de mil vítimas por dia. Cerca de 400 mil jovens morrem no transito. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), acidentes de trânsito são a principal causa de mortes dos jovens entre 15 a 19 anos. Já no Brasil os números do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest) revelaram que 35 mil pessoas morreram em 2005 nas estradas do país. Sendo que, 81,5% são homens e 18,5% são mulheres. Metade das vítimas fatais é composta por jovens.
A psicanalista Daysi Rezende, disse que apesar de existir muitos jovens com habilitação envolvidos em acidentes, há também um grande número de menores que não têm autorização para dirigir. Ela considera que muitos jovens são imprudentes, ou porque são levados pela adrelalina, ou porque começam a usar álcool desde a infância e adolescência. Daysi destaca o papel dos pais na hora de orientar e aconselhar os filhos sobre a questão. “Não dar um carro a um filho que já alcançou a maioridade e está apto a dirigir não é a solução.”, analisa.

Prevenção à acidentes de trânsito (vídeo educativo)

segunda-feira, 30 de abril de 2007

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado a prova a redução da maioridade penal

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, depois de três horas de intensos debates. Mas para virar lei a proposta terá de enfrentar muitos obstáculos. Se for aprovada, os jovens de 16 e 17 que cometerem crimes hediondos serão presos, a pena será cumprida em local separado dos maiores de 18 anos. Haverá também uma avaliação psicológica para determinar se o crime foi praticado de forma consciente.
Tudo indica que a proposta não será aprovada facilmente no Congresso. Desde 1999 que se discute na Comissão a redução da maioridade penal, mas só agora a proposta vai ser votada em dois turnos no plenário do senado. Sendo aprovada vai para a CCJ da Câmara, onde os deputados vão analisar se o projeto é constitucional. Uma comissão especial também será criada com 40 sessões para votar o texto. Depois de todo esse processo, também será necessária a votação e aprovação em dois turnos no plenário da Câmara para então virar lei.
A redução da maioridade penal tem causado muita polêmica e levantado muitos debates. Não só no Congresso, mas em toda a parte da sociedade que tem vivido dias onde menores de idade cometem crimes bárbaros, como é foi o caso do menino João Hélio. As opiniões divergem: “Com 16 anos pode casar, ser emancipado, ter título eleitoral, escolher o presidente, dirigir carro, e quando bota a arma na mão e mata, ele sabe o que está fazendo. Portanto, tem que pagar pelo crime cometido”, diz o deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS), líder do Democratas na Câmara. “Eu espero que não passe. Vou trabalhar para que a proposta que é do governo, da bancada do PT e de outros partidos aqui na Câmara dos deputados possa ser vitoriosa. A juventude brasileira precisa de escola, e não de cadeia”, discorda Luiz Sérgio (PT-RJ), líder do PT.


E você, é a favor ou contra a redução da maioridade penal?


Raquel Cristina, estudante de letras.

Eu concordo. Acho que eles têm que pagar pelos atos deles. Se eles roubam até por necessidade de fome, deveriam pagar pelo crime, ser preso. Eles têm consciência do erro que eles estão cometendo.

Alexandra Pereira, professora universitária.

Eu sou contra. Os adolescentes de 18 anos não dão conta de suas responsabilidades, quem dirá se diminuir isso aí. Falta uma conscientização para que o adolescente e o jovem verdadeiramente possam assumir suas responsabilidades. Se diminuir complica mais. Penso que com 16 anos o indivíduo ainda deve ser considerado menor.


Gabriel Varela,
estudante de direito.

Sou a favor, porque a criminalidade tá muito grande, cara. Os menores de hoje em dia tão do mesmo jeito que os maiores, eles têm que ser preso do mesmoo jeito que os maiores.

Claudia de Freitas,
professora da Estácio.

Sou a favor da redução da maioridade penal, porque eu acho que o jovem tem perfeitamente a capacidade de pagar pelos erros que comete. Eu acho que é mais uma das hipocrisias do Brasil, no sentido de botar o pai como responsável ou essa remediação ridícula que é a de confinamento temporário até que ele assuma a maior idade.

Márcio Pereira,
estudante de pedagogia

Eu tenho uma opinião meio que parcial. O fato não está na redução dessa idade, mas no contexto educacional para que o jovem tenha uma melhor postura em frente a sociedade. Eu acho que na verdade não vai adiantar, enquanto não tiver essa base educacional e moral.

“Ana e Maria” e agora também os “Josés”

Um dos projetos da Ong Viva Rio, o “Ana e Maria”, tem ajudado meninas grávidas e com filhos até dois anos de idade nas comunidades cariocas. Atendendo cerca de 200 adolescentes que engravidaram fora de hora, o projeto alerta aos meninos e meninas que quando se trata de prevenção a responsabilidade é de ambos. O “Ana e Maria” funciona todos os dias em associações de moradores, postos de saúde e numa sala cedida por um Ciep. Atualmente o projeto atua nas comunidades Chapéu Mangueira, Colônia Juliano Moreira, Pavão-Pavãozinho, Rocinha, Nova Holanda, Baixa do Sapateiro e Cavalão.
As palavras escolhidas para nomear o projeto foram inspiradas na bíblia: As “Marias”, foi um “apelido” dado pelo projeto as jovens grávidas ou que são mães de crianças pequenas. Já as “Anas” são as técnicas em enfermagem registradas no Conselho Regional de Enfermagem (Coren) que passam constantemente por capacitações para melhor atender as adolescentes. Esse nome foi dado porque a mãe de Maria se chamava Ana. E os “Josés”, recém chegados ao projeto, são os pais dos filhos das “Marias”, como conta a história bíblica.
O Ana e Maria têm estimulado a inclusão dos jovens pais e da família durante a gravidez. O projeto investe também nos rapazes através da Oficina dos “Josés”, onde eles participam de reuniões sobre sexualidade, planejamento familiar, responsabilidade paterna e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “As meninas não fazem filhos sozinhas. Nossa idéia é fazer prevenção nos dois gêneros. Com isso temos conseguido um bom resultado”, explica o técnico de enfermagem Leonardo Vasconcelos de 19 anos, responsável pela oficina com os jovens pais. A oficina está produzindo um bom efeito nos rapazes: “Depois do curso comecei a me prevenir melhor. Agora sempre que vou ter relação sexual não dispenso a camisinha”, compartilha Daniel Soares, morador do Complexo da Maré.
As “Marias” participam de cursos e palestras sobre planejamento familiar, sexualidade e cidadania, e encontros em grupo ou individuais com psicólogas e técnicas de enfermagem capacitadas pela Ong.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Olimpíada estudantil desperta sonhos em jovens atletas

Antecipadamente aos Jogos Pan-Americanos, os Jogos Estudantis do município do Rio teve início. A disputa reúne 36 escolas públicas e particulares. O coordenador das olimpíadas escolares, Guilherme Pereira, ressalta que os atletas que se destacarem podem ter a chance de entrar nas equipes do município. Mas os estudantes são ousados e sonham ainda mais alto: “Quero ir para o Pan, tirando foto, dando entrevista e com a medalha aqui no peito”, idealiza o atleta Luís Caetano.
Já na Baixada Fluminense, as competições vão se estender até dezembro, contando com a participação de mais de dois mil jovens atletas. Entre setembro e novembro, as olimpíadas escolares serão realizadas em Poços de Caldas, Minas Gerais, e numa outra cidade a ser definida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).