sexta-feira, 30 de março de 2007

Circo Baixada homenageia vítimas da chacina

Circo Baixada em Queimados, homenageou as vítimas da chacina da Baixada Fluminense que completou dois anos. O massacre deixou 27 mortos e, pelo menos, nove destas pessoas tinham idades entre 13 e 17 anos. A platéia contou com a presença de parentes e amigos das vítimas e também dos representantes de movimentos como o Reage Baixada.
A entidade é uma escola de ensino as artes circenses e foi criado em 2002 para dar oportunidades para crianças e adolescentes que vivem em comunidades pobres. O projeto visa atrair esses menores tirando-os da rua e evitando que estes abandonem suas casas. “A gente está construindo novas perspectivas de vida junto com esses jovens”, ressaltou José Cândido, coordenador do Circo Baixada. A meta do circo é atender 2000 crianças e adolescente da comunidade.
O projeto é fruto de parceria de três ONGs: a suíça Fondation Terre des Hommes e as brasileiras Se Essa Rua Fosse Minha e Associação Brasileira Terra dos Homens, com a prefeitura de Queimados. O bairro foi escolhido por ser um dos mais pobres do estado do Rio e pela falta de atividades de lazer e cultura. Dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Rio revelam que mais da metade da população da baixada vive com rendimento de até um salário mínimo, onde 23% das famílias vivem em condições de indigência.

terça-feira, 27 de março de 2007

Setor alimentício é o que mais emprega jovens no Rio

Uma pesquisa do sindicato de hotéis, bares e restaurantes revelou que o setor alimentício emprega mais jovens no Rio de Janeiro do que em outras capitais do Brasil. Esse setor tem sido um dos principais acessos ao mercado de trabalho para quem não tem experiência profissional e está em busca do primeiro emprego.
O setor oferece quase 80 mil postos de trabalhos e 20% dessas vagas são preenchidas por pessoas que não tinham experiência profissional. Ele também é responsável por 4% da mão de obra com carteira assinada no Rio. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o número de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos é o mais alto no Rio de Janeiro.
O Viva Rio possui um projeto que tem capacitado e inserido os jovens no mercado de trabalho que estão em busca do primeiro emprego. A ONG oferece três cursos no período de um ano e três meses, que formam assistentes administrativos, técnicos em montagem e manutenção de computadores e manutenção de rede. No ano passado participaram 100 jovens, destes 60 estão empregados com carteira assinada e fazendo carreira nas empresas. Esse ano o projeto está trabalhando com 120 jovens e a meta é empregar 60%.

Jovens rappers são voluntários no projeto Ginga Brasil

Moradores da Cidade de Deus, Michel Fernandes e Robson Mendonça, mais conhecidos por Don e Mingau, são parceiros de música e voluntários no projeto Ginga Brasil. A proposta é oferecer gratuitamente as crianças da comunidade atividades como: atletismo, futebol, judô e jiu jitsu. O trabalho para tirar os menores da rua começou em 1985 e enfrenta muitas dificuldades. A parceria com o governo do estado que era renovada de três em três meses, desde agosto de 2006 não recebe nenhuma ajuda. Mesmo diante dessas dificuldades, o Ginga Brasil não fechou as portas e tem recebido cada vez mais parceiros e voluntários, como é o caso da dupla de rappers.

O jovem músico Don afirma que o atletismo o salvou e que o esporte foi um diferencial em sua vida. Para ele o esporte tem o poder de transformar a juventude, por isso compôs junto com o parceiro Mingau a música “Cidade do Pan”. Infelizmente Don teve que interromper seu sonho de se tornar um esportista, parou os treinos para ajudar a família devido a separação de seus pais. Este foi um dos motivos que o levou a querer ajudar as crianças de onde mora com seu trabalho voluntário: “O esporte me ajudou, eu quero colaborar com as crianças da Cidade de Deus”. Assim como Don, Mingau foi atleta, mas também teve que desistir deste sonho. Hoje sua função no projeto é dar aulas de judô.
Para o coordenador do Ginga Brasil, Gilmar Sobreira, a contribuição destes jovens tem sido de suma importância, pois eles possuem o dom da música e através dos exercícios e técnicas de composição estimulam os alunos a estudarem: “Além disso, eles estão sempre apitando jogos e dão materiais quando precisamos”. A maior recompensa para o coordenador é formar cidadãos e saber que estas crianças da comunidade estão fora da área de risco.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Governo do Estado faz campanha contra gravidez na adolescência

Começam a ser distribuídos 360 mil preservativos a adolescentes. A estimativa é que essas camisinhas sejam entregues entre abril e dezembro. O objetivo é diminuir as taxas de gravidez precoce e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS. Desde o início do ano, o governo do estado do Rio de Janeiro vem desenvolvendo um trabalho de conscientização sobre gravidez fora de hora. De acordo com a Secretaria de Saúde, 44 mil meninas engravidam ao ano no estado. A cantora funk Perlla, é a garota propaganda da campanha “Se cuida, gravidez tem hora”.
Segundo dados do Ministério da Saúde, as meninas começam sua vida sexual aos 16 anos e os meninos aos 15, sendo que 34,2% desses adolescentes não usaram a camisinha em sua primeira relação sexual. Foram distribuídos cartazes da campanha em escolas e hospitais estaduais, outdoors e propaganda de rádio e TV estão, sendo veiculadas para conscientização dos adolescentes. A campanha também disponibiliza na internet, o site
www.agentesecuida.rj.gov.br com informações sobre como prevenir a gravidez, perguntas e respostas, dúvidas e até um blog onde os eles podem interagir.
A ginecologista e terapeuta sexual Júnia Dias, alertou na imprensa um erro de foco do projeto, que deveria ser estendido a pré-adolescência, já que a iniciação sexual vem ocorrendo cada vez mais cedo: “Essas campanhas tinham que ser começadas com 8 anos, 9 anos, 10 anos, para aquilo fazer parte da vida da criança como todas as outras coisas”. De acordo com especialistas, o número de adolescentes grávidas no Rio poderia diminuir se as pessoas conversassem mais sobre sexualidade. “A primeira tarefa fundamental é da família, que tem o vínculo afetivo, que conhece bem o filho e o desdobramento”, aconselha a orientadora educacional Júlia Lázaro.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Samba pede fim da bala perdida no Rio

Com um ritmo bem carioca, o samba inspirado na adolescente de 14 anos, Gabriela Prado, morta em 2003 vítima de bala perdida, pede um basta a esse tipo de violência. Composta por Claudinho Guimarães a música “Bala Perdida” foi gravada na voz do sambista Leandro Sapucahy que conta com a participação especial de Zeca Pagodinho.
A música é um alerta ao que está acontecendo diariamente, pedindo o fim da “tal bala perdida que tem causado tanta dor e mudado destinos”. Assim como tantos outros tipos de manifestações e pensamentos, a canção também parte da educação para que crimes iguais a este não sejam cometidos novamente. Em apenas uma semana do mês de março três pessoas morreram vítimas de bala perdida no Rio de Janeiro: uma menina de 2 anos na Vila Vintém (Realengo), uma adolescente de 13 anos atingida durante confronto de PMs e bandidos e um rapaz de 25 anos atingido também durante esses confrontos no Morro dos Macacos, em Vila Isabel.
Depois da morte da menina Gabriela seus pais fundaram a ONG Gabriela Sou da Paz para fazer justiça pela morte da filha. A ONG fez uma campanha contra a impunidade a fim de recolher 1,3 milhões de assinaturas pedindo a alteração de cem itens do Código Penal. No dia 8 de março, a lista foi entregue em Brasília. O projeto de mudanças de leis segue em processo e será debatido e votado. Segundo o site da ONG, a proposta não é de aumentar as penas, mas sim garantir que elas sejam cumpridas com rigor já que a legislação deixa brechas, oferecendo um jeito para que não se pague devidamente pelo crime cometido.